prevenção e atenção

Santa Maria recebe recursos para Centro de Referência da Mulher

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Foto: Palácio Piratini (divulgação)

Santa Maria é uma das 65 cidades gaúchas que receberá recursos para fortalecer políticas públicas voltadas às mulheres. Os municípios foram escolhidos com base em um critério proporcional entre o número de habitantes e de violência, por meio do programa Testar RS, e receberão R$ 65 mil para implementação de um Centro de Referência de Atendimento à Mulheres em Situação de Violência. Atualmente, das 497 cidades gaúchas, apenas 25 possuem o local especializado para atendimento. 

Em 2021, Santa Maria foi a terceira cidade do Estado com maior número de registros de estupro, totalizando 73 casos, atrás apenas da capital Porto Alegre (266) e do município de Canoas (104). Não foram registrados feminicídios consumados, mas houve 4 tentativas de assassinato de mulheres, sendo a nona cidade gaúcha no ranking de registros, conforme levantamento realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Os dados, na prática, são ainda maiores pois existe grande taxa de subnotificação, que ocorre quando as mulheres não procuram os serviços de segurança para registrar a violência sofrida, seja por medo ou desinformação, por isto a importância da existência de um centro especializado para atender e orientar as vítimas. Conforme a diretora de políticas públicas para mulheres do Estado, Bianca Feijó, o motivo do repasse de verba é justamente enfrentar a subnotificação e ajudar essas mulheres:

- Nós temos um foco de trabalho muito grande na prevenção e no enfrentamento, mas o foco da violência doméstica não pode ser só na punição, tanto que somente 10% das mulheres que sofrem buscam uma delegacia, o número que não procura é muito maior. Por isso que a gente tem que investir nesses centros que tenham atendimento psicossocial e jurídico e que vá dar esse suporte para todas as mulheres. É com esse trabalho que a gente consegue fazer o enfrentamento e tirar muitas mulheres da situação de violência - explica a diretora em entrevista à CDN.

Dois terços das vítimas da Covid em 2022 não tinham esquema vacinal completo

IMPLEMENTAÇÃO

Na quarta-feira, a prefeitura realizou uma reunião com representantes do Fórum de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da cidade para debater as necessidades da instalação. A previsão é que o Centro de Referência seja implementado no mês de março, que marca a data de enfrentamento da violência contra a mulher. Nele, uma equipe multidisciplinar receberá as vítimas, tanto as que registraram ocorrência quanto as que não, com psicólogas, assistentes sociais e jurídicas. 

*Eduarda Nenê da Costa

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